Ninguém, em sã consciência, pode deixar de ver que os grupos de extrema direita detêm a liderança aparente do movimento dos caminhoneiros, aidna que haja lideranças ocultas que estruturem e sustentem os bloqueios.
Isso, inclusive, explica a “civilidade” com que têm sido tratados – como todos os que se manifestam deveriam ser, e não são – pelas forças policiais e militares.
Mas isso não pode deixar de que se perceba – e aí está a origem do apoio popular de que desfrutam, apesar dos transtorno que causam à população – a monstruosidade da política de preços, ou de extorsão, praticada com os combustíveis.
Procure nas colunas de economia dos jornalões e você verá que, na impossibilidade de defender a escalada dos preços, tudo ali são ataques aos impostos e só o que se diz é que eles precisam ser cortados.
Só que, na crise fiscal que vive o país, cortar receita é mortal, não só para o funcionamento já precários das administrações federal e estaduais, mas para que se mantenha o ritmo insano de financiamento do rentismo.
E é esta receita mortal que está sendo empregada, com a sandice de que o Governo possa manter as margens da Petrobras pelo repasse de verba pública a título de indenização pelo congelamento dos preços nas refinarias.
O cenário econômico, a partir de agora, vai agravar-se, mais do que já se agravou no último mês.
Economistas responsáveis, como Luiz Gonzaga Belluzo, já estimam queda superior a 2% no PIB e não é de se estranhar uma variação em sinal contrário, do déficit público, com a queda da receita tributária e a elevação dos subsídios nesta nova “conta petróleo”.
“Se a economia já não estava bem, agora complicou de vez”, afirma Belluzzo, ao 247.
Complicar talvez seja o verbo para o curto prazo. Em um pouco mais de tempo, colapso seja um expressão mais adequada.
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