Delegado-chefe da Seccional de Botucatu usa decisão antigolpe do Supremo para inibir ato a favor das decisões da própria Corte
247 - Utilizando como argumento a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) número 519, baixado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) dia 10 de janeiro, atendendo pedido da AGU (Advocacia Geral da União) para inibir a “Mega manifestação nacional - Pela retomada do poder”, planejada por bolsonaristas para manter a ameaça de golpe do último domingo, dia 8, o delegado chefe da Delegacia Seccional de Botucatu, Lourenço Talamonte Neto, impediu a realização do Ato Político-Cultural em Defesa de Democracia, programado para ser acontecer na cidade na manhã deste sábado, dia 14.
Segundo Talamonte, as pessoas participantes do evento, “principalmente os organizadores” seriam detidas e “conduzidas à delegacia e sofrerem as punições previstas na ADPF 519, que indica desde multa até prisões dos envolvidos”.
A ADPF, na verdade, nada diz sobre o impedimento de manifestações em defesa de democracia, mas sim contra ações antidemocráticas como bloqueio de vias, rodovias e ocupação e depredação dos patrimônios públicos.
Pacífico, o ato programado para acontecer em Botucatu, e cancelado em decorrência da pressão policial, foi idealizado por artistas, movimentos sociais e cidadãs e cidadãos da cidade para apoiar as decisões em defesa da democracia anunciadas durante a semana.
A suspensão do ato democrático foi anunciada para garantir a integridade dos participantes.
Os organizadores ainda dizem que vão insistir na criação de diálogo em um ambiente pacífico.
“Lamentamos esse cancelamento repentino e pedimos que todas e todos se mantenham em defesa da democracia. Esperamos em breve estar reunidos com legitimidade, segurança, respeito e com muita arte e cultura!”, afirmam.
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