O MOVIMENTO ESCOLAS EM LUTA no exercício de escuta da rede municipal de educação, recebeu diversas contribuições de perguntas de colegas do chão da escola e encaminhou para as três chapas que concorrem a eleição de Diretoria do SINPEEM, que acontece no próximo dia 05 de maio.


A intenção deste questionário foi permitir um debate de ideias e propostas , além de cards, para subsidiar os eleitores na escolha da chapa que irá compor a Direção do maior sindicato municipal de profissionais da educação.

Aproveitamos o ensejo, para agradecer e parabenizar cada uma das chapas que respondeu as questões formuladas pelo chão da escola.

É vital para a defesa dos direitos da classe trabalhadora e da escola pública gratuita , laica e de qualidade que a participação eleitoral seja a mais ampla e diversa possível,
fortalecendo a legitimidade do pleito, qualificando a representatividade e buscando ampliar a democracia sindical.

O MOVIMENTO ESCOLAS EM LUTA
 reforça a importância que todos e todas votem na eleição do dia 5 de maio e fortaleça o SINPEEM


Veja as perguntas feitas:

https://searadionaotoca.blogspot.com/2023/04/nota-movimento-escolas-em-luta-eleicao_99.html


Chapa 3-  Unidade Independente, Classista e Combativa responde:

 

         Antes de iniciarmos a resposta das perguntas, é essencial dizer que nossa chapa não acredita que simplesmente trocando uma chapa, ou melhor, o grupo instalado na direção do sindicato, possa realizar num passe de mágica a resolução dos problemas da categoria. Uma campanha sindical que foca nisso, na verdade, engana trabalhadoras e trabalhadores e acompanha a degradação dos sindicatos relacionados aos Estados burgueses. A política e o sindicato se tornam apenas um balcão para resolver os problemas pessoais das pessoas, tentando terceirizar a luta e seus métodos para “representantes”. Antes disso, o sindicato foi e é um instrumento histórico da classe trabalhadora, no qual suas decisões eram decididas em conjunto e suas táticas e estratégias passavam pelo combate à classe dominante (a burguesia), assim como sua força armada e organizada: o Estado burguês.

         Diante disso, o debate nas eleições sindicais deve passar pelos métodos que devemos buscar em nossa tradição de classe e que podem nos fazer avançar em conquistas. Acreditamos na verdadeira democratização do sindicato, a partir da democracia de base e operária, na qual trabalhadoras e trabalhadores possam ser organizados discutindo ativamente a vida do sindicato. Isso passa pelo constante estímulo das assembleias e respeito a suas decisões, assim como nos congressos sindicais que devem pautar nossas políticas; no fortalecimento do sindicato no dia a dia das escolas e das comunidades escolares; nas lutas e pautas de classe (incluindo outras categorias); no fortalecimento das instâncias regionais, a partir das subsedes e dos comandos de greve; entre outros. Para nós, a apatia da classe trabalhadora e da nossa categoria tanto passa pelo avanço do capitalismo como das burocracias sindicais que, ao não estimularem a luta – fomentando derrotas e movimentos apáticos ou aparelhados – distanciam os trabalhadores e não constroem uma relação de democracia de base, que defendemos.

           O acúmulo de nossas lutas, tanto de classe quanto da nossa categoria, nos faz defender alguns pontos mais gerais, afinados com a mudança de métodos e estabelecidos a partir dos nossos princípios revolucionários. São estes:

 

1) A real independência de classe: os sindicatos devem ser independentes política e organizativamente de todos os governos burgueses, do Estado e dos partidos políticos da

burguesia.

2) Organizar a vanguarda classista sob o programa e estratégia revolucionária: oposição

revolucionária aos governos burgueses, fazendo esse enfrentamento com os métodos da luta de classes historicamente construídos (ação direta);

3) Unificar as lutas dos explorados e oprimidos, sob um plano comum de reivindicações, em

defesa dos empregos, salários, moradia, saúde, transporte público etc.;

4) Democracia operária e de base: reabertura imediata de todas as instâncias deliberativas de base. Defendemos o direito de os trabalhadores debaterem e decidirem, coletivamente, sobre todos os assuntos que digam respeito à vida interna do sindicato e à luta pelas reivindicações.

 5) Filiação dos trabalhadores terceirizados e unidade na luta pela efetivação imediata.

 6) Implementação de comitês de autodefesa.

7) Mobilização de base permanente através das regiões nas subsedes (cuja reabertura foi aprovada nos Congressos de 2018 e 2019).

8) Prestação de contas e de bens adquiridos pelo sindicato.

9) Fundo de greve permanente e administrado por um conselho com participação da base.

 

Sobre alguns pontos específicos, defendemos:

 

1) Sistema único público, laico, gratuito e científico.

2) Aumento real de salários, decidido pelos trabalhadores em assembleia. Não à

política de subsídio!

3) Reajuste automático dos salários de acordo com o aumento da inflação.

4) Redução da jornada de trabalho, sem redução de salários.

5) Redução do número de alunos por sala - máximo de 15 crianças

nos CEIs (Minigrupo II) 20 crianças nas EMEIs e 25 nas EMEFs.

6) Fim da terceirização e todo tipo de trabalho precarizado (contratados). Imediata efetivação e estabilidade para todos os contratados e terceirizados.

 7) Fim da política de convênios com a rede privada em todos os níveis do ensino. Imediata entrega de todos os prédios públicos utilizados pela rede indireta.

8) Fim das discriminações salariais: sem disparidade salarial para trabalhadores da rede que exercem a mesma função – efetivos ou contratados.

9) Ampliação do módulo de professores e ATEs, de acordo com as necessidades de cada unidade escolar, sob controle de quem estuda e trabalha.

10) Suporte necessário para inclusão das crianças com deficiência – garantia

de profissionais que auxiliem o professor no atendimento educacional especializado.

11) Abaixo as contrarreformas (Ensino Médio, Trabalhista, Previdenciária etc.

12) Fim do confisco aos aposentados.

 

 

  Sobre os pontos colocados:

 

- Quais ações para valorizar o quadro de apoio e atender as seguintes reivindicações:

- Redução da carga horária do ATE sem redução de vencimentos do pessoal do Quadro de Apoio;

- Reformulação do módulo de ATE e seu aumento em todas as UEs;

- Alteração da evolução do ATE: evolução coerente, justa e viável para ATEs e Quadro de Apoio;

- Extinção do termo "CORRELATAS" das atribuições do ATE;

- Formação para ATE e ressignificação da/o ATE nas UEs: - criação de cargo de secretário de escola na Educação Infantil;

 

Resposta: Como dissemos, defendemos que as pautas dos ATEs sejam trazidas a partir das instâncias organizativas, desde a base, até os congressos e assembleias, ajudando a unificação das demandas da categoria em uma luta única a partir do instrumento da ação direta, como as greves e mobilizações. Neste sentido, defendemos a ampliação do módulo de professores e ATEs, de acordo com as necessidades de cada unidade escolar, sob controle de quem estuda e trabalha. Acreditamos também que os ATE devam receber dignamente com seu árduo trabalho e sua evolução também esteja em sincronia com os outros trabalhadores da educação. Lembrando que ao defender a organização da categoria, outras demandas podem aparecer que deverão ser democraticamente discutidas e levadas para a luta, visando suas conquistas.

 

- Quais as propostas para acabar com o confisco?

 O que poderia ser feito para exigirmos a revogação, se não o todo da Reforma da Previdência/ Sampaprev, quanto ao fim da integralidade e paridade aos profissionais que se aposentarem por invalidez ou acidente de trabalho, ou seja só recebem agora nestes casos de aposentadorias, 60% do salário, o que é gravíssimo, pois todas/os estamos sujeitos a riscos constantes em trabalho ou no trajeto ao mesmo?

Quanto ao fim das pensões ao cônjuge ou filhos, na falta do servidor/a? Como fica a questão do tempo mínimo de 10 anos na carreira do magistério na qual você poderia sair recebendo o equivalente de 60% do valor que você estivesse recebendo no momento?

 

Resposta: A crise do capital vai exigir, cada vez mais, um cerco contra os trabalhadores e suas conquistas. Com a luta de classes recuada, o tempo da aposentadoria vai aumentar cada vez mais, e o dinheiro para a contribuição também. Vemos que empresas privadas estão avançando para recolher nossa contribuição, precisando nossas relações. Em alguns países, essas empresas até sumiram com o dinheiro, o que pode ser muito prejudicial para nós. Defendemos o fim de todos os confiscos, a redução do tempo de trabalho para aposentar, inclusive mais ainda para mulheres que têm duplas ou triplas jornadas e exigimos que revoguem os 14% de contribuição. Evidentemente isso se fará com os métodos de ação direta, forçando os governantes e sua burguesia a não avançarem em seus cercos contra nós.

 

- Quais as propostas efetivas para valorizar os profissionais da educação e as condições de trabalho ?

Como cada chapa vai atuar do ponto de vista jurídico para a garantir a revisão salarial e não ter 0,1% de reajuste?

 Incorporação do PDE aos salários, se tem dinheiro pra bônus tem para pagar no salário?

Defendemos o Aumento real de salários, decidido pelos trabalhadores em assembleia. Não à política de subsídio! O Reajuste automático dos salários de acordo com o aumento da

inflação. A  Redução da jornada de trabalho, sem redução de salários. A Redução do número de alunos por sala - máximo de 15 crianças nos CEIs (Minigrupo II) 20 crianças nas EMEIs e 25 nas EMEFs. O Fim da terceirização e todo tipo de trabalho precarizado (contratados). Imediata efetivação e estabilidade para todos os contratados e terceirizados. Para nós essa luta não pode ser jurídica, mas construindo uma força de nossa categoria retomando um sindicalismo combativo.

 

 

- Como avaliam a política de educação da prefeitura de SP do atual prefeito Ricardo Nunes?

                 A política de Ricardo Nunes acompanha os interesses burgueses de ataque à classe trabalhadora e consequentemente precarização dos serviços públicos como a Educação. Urge uma luta da classe contra essa ameaça nefasta. É importante lembrar que o Estado burguês é o instrumento de dominação da burguesia sobre a nossa classe. Dessa forma, nosso inimigo não é “apenas” o Ricardo Nunes, mas os governos de turno, inclusive os formados em frente ampla com a burguesia, pois se utilizam do Estado e suas instâncias para administrar seus negócios enquanto freiam a luta de classes com diversas formas de contenção dos trabalhadores. Por isso, defendemos que os sindicatos e as centrais sejam independentes dos governos, do estado e suas instituições, pois nossos interesses como classe trabalhadora jamais serão conciliáveis com os da burguesia e seu instrumento de dominação, o estado.

 

- Como construir a cultura de paz na rede municipal, com o apoio da comunidade, tendo em vista a escalada da violência nas escolas?

Resposta: É preciso compreender que a raiz da violência é a opressão de classe e que, portanto, suas manifestações são inerentes ao sistema capitalista, ditadura da burguesia contra a maioria oprimida. Com o avanço das contradições do capitalismo, grupos e discursos autoritários e violentos também vão surgir, marcados com o discurso da extrema-direita nesses anos, atingindo também os jovens.

Como parte dessa estrutura mais ampla da opressão de classe da burguesia, nas escolas se manifesta o sucateamento das condições de trabalho e ensino, o aumento da pressão por resultados nas avaliações externas e os retrocessos impostos pelas reformas trabalhistas, da previdência e da terceirização, que implicou na ampliação da precarização do trabalho (contratos extremamente precarizados da limpeza e cozinha, arrocho salarial aos servidores, exigência de maior tempo de trabalho para concessão da aposentadoria, confisco as aposentadorias, dentre outros).

Neste sentido a luta contra violência nas escolas deve partir das reivindicações mais sentidas da classe: emprego a todos, salário (compatível as necessidades básicas de uma família), direitos e condições adequadas de trabalho e estudo.

Portanto, é necessário rejeitar as saídas burguesas que apontam para o policiamento nas escolas, medidas paliativas como formação com psicólogos ou ainda as reacionárias campanhas pela Paz.

Os métodos devem ser o da luta de classes construídos a partir da unidade entre trabalhadores, estudantes e comunidade escolar em assembleias convocadas pelos sindicatos e centrais sindicais. A autodefesa só pode ser construída na luta direta contra a opressão capitalista.

Se tivéssemos um sindicato combativo que incentivasse organizações regionais, assembleias e ações nas ruas, teríamos muito mais condições de construir comunidades escolares fortes e participativas, edificando também unidades mais democráticas e possíveis de lidar com ataques que presenciamos, assim como a violência cotidiana nas escolas, e autodefesa contra uma escalada conservadora e reacionária. É isso que nossa chapa defende!

 

 

- Como avaliam o novo ensino médio e quais as propostas?

              Está dentro desses ataques já citados. Exigimos sua imediata revogação, o que se faz com independência de classe e ação direta, uma vez que o governo Lula foi incapaz de fazê-lo porque está atrelado aos institutos burgueses que rondam a educação pública. Pautamos um sistema único público, laico, gratuito e científico, com verdadeira estrutura para aprender e ensinar antes de uma discussão curricular.

 

 

 Há muitas queixas com relação ao atendimento do HSPM. O que pode ser feito para solucionar essas demanda?

              Outro ponto que foi negligenciado pela burocracia sindical. Devemos pautar em nossas mobilizações a saúde dos nossos trabalhadores, o que envolve colocar em pauta uma denúncia da precarização do HSPM e sua urgente tomada pelos trabalhadores, tanto da educação, quanto dos que trabalham lá. Defendemos a autogestão tanto da nossa categoria mas do próprio HSPM.

 

- Qual a posição das diversas chapas sobre o SINPEEM permanecer filiado a CUT?

As direções sindicais se subordinam ao governo, apesar de não terem quase nenhuma possibilidade de interferência nas decisões. Temos visto como suspendem greves e impõem, de cima para baixo, as decisões do governo. A aprovação por cima das bases e das assembleias, do reajuste de 9% no funcionalismo federal, quando as perdas dos 4 últimos anos são de pelo menos 27%, mostra bem o papel das direções que sustentam o governo. As direções sindicais exercem esse papel traidor pois estão organicamente ligadas aos partidos que estão no poder, como PT e PC do B. Tomaram os sindicatos como seu meio de vida e lançam mão de métodos e políticas que buscam sua manutenção no aparato e garantir uma governabilidade sem sobressaltos para o governo federal, ao qual estão atrelados, incluindo aqui as centrais sindicais.

No SINPEEM, permanece, a necessidade da unidade para derrotar a burocracia encastelada há mais de 30 anos no sindicato, encabeçada por Claudio Fonseca/Cidadania, que tem atuado como base dos governos direitistas no município de São Paulo, fechando cada vez mais as instâncias deliberativas da categoria, silenciando os trabalhadores através das reuniões remotas e impondo o imobilismo, portanto, ajudando os governos a impor o rebaixamento dos salários, destruição das condições de trabalho e dos direitos.

Assim, está posta a necessidade e urgência de combatermos pela nossa independência de classe para impedir que as lutas sejam repetidamente traídas. Precisamos, para isso, contar com uma direção classista e revolucionária à frente dos combates, greves e manifestações, testada no combate e contra qualquer submissão dos sindicatos, centrais e movimentos

aos governos e ao patronato, e retomar os sindicatos como instrumentos da luta de classes.

Mais uma vez, somos favoráveis a Unidade, porém a luta passa pela recuperação dos sindicatos e das centrais para os trabalhadores, mais do que alternar a filiação. De qualquer forma, defendemos que são os trabalhadores que devem decidir os rumos da luta através de seus métodos dentro da mais ampla democracia operária.

 

 

 - Quais as ações para combater a ânsia privatista do prefeito , como por exemplo o PL 573/21 e o Termo de Fomento do Liceu? Gostaria de saber qual a posição relacionada a privatização da Educação Infantil, visto que chegou na Emei?

 

 O PL 573/21 que privatiza a gestão das escolas poderia ter sido barrado ? Como ?

Iremos tratar desses dois casos juntos. Como dissemos, o único método para deter todas as investidas privatistas não passa pela subordinação ao Estado burguês, fomentador desses ataques, mas é no nosso fortalecimento, construindo um sindicato combativo, por meio da democracia de base, uma unidade independente e a ação direta. Para isso, só a mudança de uma direção sindical não barraria tal intento. Devemos construir uma mobilização desde os locais de trabalho, passando pela abertura de subsedes, tornando o sindicato ativo nas escolas visando essa politização, união e mobilização dos trabalhadores da educação em consonância com outras categorias.

 

 

- Ações para combater o crescente número de casos de assédio na rede , machismo, misoginia, racismo e outros tipos de violência.

Todas as instâncias burocráticas, seja da rede, quando sindical, não podem deter a misoginia e o machismo, já que estão em consonância com o funcionamento do capitalismo. Acreditamos que só a mobilização de base, com as mulheres (maioria da nossa categoria) tomando parte ativa das decisões e discutindo ações nas assembleias e outros espaços de discussão da classe, é possível construir tanto métodos de conscientização como de autodefesa neste sentido. 

 

- Quais providências estão sendo tomadas diante das denúncias de licenças negadas ou reduzidas , readaptações , atendimento pericial.  Maus tratos e condutas humilhadoras por peritos, às servidoras/es adoecidos, durante as perícias médicas, que o COGESS seja um espaço humanizado e acolhedor a estes trabalhadores que adoecem, principalmente devido às péssimas condições de trabalho?

Essas constantes negações e humilhações revelam que a burocracia desses órgãos, atrelados ao Estado burguês, não pode nos ajudar. Com uma categoria mobilizada, um sindicato forte, devemos avançar para que os trabalhadores pautem os critérios e métodos adequados para suas licenças. Devemos ressaltar que ao pautar a redução do número de alunos em sala de aula, mais profissionais contratados e outros, acreditamos que o número de afastamentos deva diminuir. Do mesmo modo, ao pautarmos que o sindicato seja ativo no dia a dia da escola, podemos também pautar diariamente nossas questões de saúde e muitos outros temas.

 

 O módulo  de profissionais nas escolas está incompleto na rede  , prejudicando a rotina escolar e adoecendo os servidores. Medidas são urgentes para as escolas não colapsarem. O que o sindicato pode fazer?

As escolas amargam com a falta de professores, salas superlotadas, a destruição de direitos, fechamento de salas, violências contra as escolas e professores e desintegração da juventude no desemprego e na criminalidade, e quando empregada, amarga a destruição de suas capacidades físicas e mentais e é impossibilitada de conciliar o estudo e o trabalho. Não há como reverter esse quadro sem atacar fundo a política dos governos burgueses e impor nosso programa com os métodos da luta de classes. Não há como impor medidas em favor da Educação pública, dos trabalhadores e estudantes se subordinando às instituições burguesas. Nesse sentido, é criminosa a política das burocracias de desviar a luta pela via parlamentar e das negociações sem luta. Já comprovamos que esse é o caminho das derrotas e, por isso, defendemos um sindicato combativo que pode resolver as questões tanto a partir do momento, declarando uma greve contra tal situação, quanto a longo prazo, pautando lutas progressivas até chegarmos nos objetivos requeridos.

 

 

- Quais as propostas para melhorar a organização do sindicato com os filiados?

Devemos construir uma mobilização desde os locais de trabalho, passando pela abertura de subsedes, tornando o sindicato ativo nas escolas visando essa politização, união e mobilização dos trabalhadores da educação em consonância com outras categorias. A burocracia sindical não tem interesse em fazer isso uma vez que se tivéssemos uma categoria toda mobilizada e politizada suas decisões avançariam para além dos interesses e métodos burocráticos da atual direção sindical, tomando esse órgão de luta novamente.

 

 

 A chapa é a favor das SUBSEDES para facilitar a organização sindical nos territórios? Por que não foi implementado até o momento ?

Como apontamos, a burocracia sindical instalada atualmente não tem interesse em fazer isso uma vez que se tivéssemos uma categoria toda mobilizada e politizada suas decisões atropelariam os interesses e métodos burocráticos da atual direção sindical, tomando esse órgão de luta novamente. Essa é a razão da não abertura das subsedes. Somos à favor primeiramente porque foi uma decisão da categoria em congresso. Sua não abertura revela a falta de respeito perante às decisões democráticas. Em segunda, defendemos as subsedes pois organizaria as pessoas em seus bairros, ajudando a mobilização da categoria. As subsedes abrangeriam todas as regiões de São Paulo, diferente da atual sede, que fica na Armênia – local que não é acessível para toda a categoria, por exemplo. Ainda, as subsedes seriam espaços de formação, discussão e articulação. Reuniões poderiam acontecer nas zonas leste, norte assim como formações presenciais, reuniões e reuniões de REs. Nesse sentido, as subsedes não enfraqueceriam a unidade da categoria, ao contrário, fortaleceria, pois seriam mais pessoas atuando e discutindo desde suas regiões até outras instâncias. Ela não teria aspecto deliberativo mas suas discussões seriam desenvolvidas para serem apresentadas nos congressos e assembleias.

 

 

 É possível o sindicato oferecer para os filiados, atendimento próprio com médicos do trabalho, psicólogas e assistente social?

O sindicato tem muito dinheiro em caixa, então não seria uma realidade distante. Nosso instrumento de luta não deve ser feito apenas para viagens e festas, mas também para cuidar de nossa saúde. No entanto, devemos avaliar nossas prioridades, como debatemos isso na categoria e pautar a democratização de nosso hospital servidor, mais funcionários e sua ampliação, como dissemos. Ainda assim, rompendo o corporativismo,  envolvermos com a luta pela saúde pública no Brasil, como a ampliação do SUS.

 

- Como reverter perdas de direitos como : dispensa de ponto do dia para as reuniões sindicais, quantidade de abonos, etc.

Na nossa visão, como bem enfatizamos, essas derrotas têm relação com a burocracia sindical e seus métodos recuados, sua relação com a política representativa burguesa, entre outros. Quando pautamos uma unidade independente, o classismo, a ação direta e outros princípios e métodos históricos que obtiveram nossas conquistas não é de modo fortuito. É por causa que apenas nesses caminhos é possível obter vitórias e, do mesmo modo, organizar nossa categoria e a classe para mantê-las, avançando. Nossa categoria está recuada e apenas faz greve para se defender. Devemos nos organizar para pautar nossa agenda política, avançando em direitos e conquistas. Para isso urge a democratização do sindicato, o fortalecimento dele, assim como colocá-lo à disposição das lutas que devemos travar.

 

- Como solução para a falta de profissionais nas escolas, o governo tem ampliado as contratações temporárias, o que não resolve o déficit e as escolas estão trabalhando no limite, além da precarização   que esses funcionários estão expostos.

Resposta: Essas contratações servem para enfraquecer a categoria. São criadas duas categorias em uma, os contratados mais precarizados que os efetivos, como aconteceu com a categoria O, no Estado. Devemos ser contra a política de contratação, exigindo concursos públicos e a efetivação de todos os funcionários, assim como o fim dos funcionários terceirizados. Para isso, defendemos a filiação de todos os trabalhadores da escola no SINPEEM, para que a unidade de luta ocorra de fato e a defesa da efetivação de todos os trabalhadores e de equivalência salarial não sejam objeto de ataques e de falsificações como faz a atual diretoria do SINPEEM.

 

 

-Pedimos SOCORRO!  As condições de trabalho têm provocado adoecimento.

 Salas superlotadas, falta de apoio e funcionários para atender alunos com deficiência. Quais ações imediatas e não a longo prazo serão feitas?

 

- A prefeitura tem dinheiro em caixa, servidores sofrem com o arrocho salarial e estão se endividando cada vez mais. Qual o índice de REAJUSTE proposto ? E o que precisamos para obter a Incorporação dos 31,8% ?

 

- As últimas greves foram desgastantes , longas e com poucas conquistas. Quais outros métodos de luta sugerem?

 

 O que o sindicato poderá fazer para reverter o fim  do congelamento do tempo durante a pandemia, decretado pelo Bolsonaro, para efeitos de quinquênios, sexta parte, Evolução Funcional por tempo, além dos abaixo assinados ?

 

 Como cada chapa analisa a indenização aos trabalhadores da educação, visto os impactos da Pandemia como adoecimento, casos de morte no exercício da profissão e total abandono às equipes escolares no atendimento às famílias durante a Pandemia, especialmente do ponto de vista jurídico?

 

- Quais as propostas da chapa para reconquistar a confiança da categoria no sindicato?

Resposta: Podemos responder tais questões em um tópico. Por isso que pautamos que o debate nas eleições sindicais deve passar pelos métodos que devemos buscar em nossa tradição de classe e que podem nos fazer avançar em conquistas. Acreditamos na verdadeira democratização do sindicato, a partir da democracia de base e operária, na qual trabalhadoras e trabalhadores possam ser organizados discutindo ativamente a vida do sindicato. Isso passa pelo constante estímulo das assembleias e respeito às suas decisões, assim como nos congressos sindicais que devem pautar nossas políticas; no fortalecimento do sindicato no dia a dia das escolas e das comunidades escolares; nas lutas e pautas de classe (incluindo outras categorias); no fortalecimento das instâncias regionais, a partir das subsedes e dos comandos de greve; entre outros. Para nós, a apatia da classe trabalhadora e da nossa categoria tanto passa pelo avanço do capitalismo como das burocracias sindicais que, ao não estimularem a luta – fomentando derrotas e movimentos apáticos ou aparelhados – distanciam os trabalhadores e não constroem uma relação de democracia de base, que defendemos. Emperrar esses métodos cria as derrotas que estamos vendo. Por exemplo, em diversas vezes Cláudio Fonseca e seu grupo emperrou ações mais enérgicas aprovadas em assembleias, segurando a categoria contra a burguesia e seu Estado. De várias maneiras, fez negociações com portas fechadas que pouco nos beneficiaram, rifando a categorias. Outras vezes chegou a criminalizar membros da categoria, chamando-os de “vândalos”, entre outros. Por isso não é uma opção deixar essa velha burocracia se perpetuar se quisermos avançar e garantir vitórias. Por isso que nosso mote diz que “é hora de lutar!”

 

 

- Como cada chapa pensa a interlocução do Sindicato a outros movimentos da educação, coletivos de luta, muitos surgidos como alternativa às posturas e falta de ações do Sinpeem em várias frentes como por exemplo o atendimento no Servidor Público Municipal?

A burocracia sindical está atrelada ao corporativismo. O corporativismo entende que aquele sindicato, ao ser transformado em um balcão como uma empresa para resolver problemas individuais, não olha para outras lutas, as questões de classe. Romper com a burocracia é romper também com o corporativismo. O sindicato deve se atrelar às diversas lutas da educação, aos movimentos sociais da educação, e mais do que isso, outros sindicatos e movimentos sociais classistas. Deve impulsionar que outras lutas rompam com a burocracia e o corporativismo. Ao contrário de nos enfraquecer, isso nos fortalece já que uma greve ou pauta nossa possa ser aderida por outras categorias e por movimentos educacionais ou classistas mais amplos, de envergadura nacional ou até mesmo internacional. Acreditamos que esse é um passo fundamental não só para nós enquanto educadores, mas para a luta internacionalista da classe.

 

-  Visto a crescente  demanda das crianças e estudantes  com deficiências, transtornos do espectro autista e em investigação, como a chapa avalia a política municipal na Perspectiva da Educação Inclusiva e quais propostas apresentam?

 

A política de AEE na rede municipal está cada vez mais precarizada, sem nenhum suporte direto aos profissionais da educação no atendimento aos bebês/crianças/adolescentes público da educação especial, isto se dá principalmente em função da política de terceirização imposta pelos governos, que visa cortar gastos com a educação e por isso atribui autonomia as empresas como a SPDM e CIEE e não as unidades escolares que conhecem de fato as reais necessidades para o AEE. Por isso, a chapa 3 denúncia a política de terceirização imposta pelo governo e defende:

             Abaixo a política de terceirização no AEE! Exigimos suporte técnico as escolas com profissionais efetivos 

             Defesa e ampliação das EMEBS em todas as regiões;

             Política de busca na rede para identificar, orientar e matricular o mais rápido possível as crianças e bebês surdos nas EMEBS afim de garantir o direito ao ensino bilíngue;

             Materiais didáticos e avaliações que respeitem e considerem o currículo bilíngue;

             Oferta e políticas de incentivo ao ensino de libras para as famílias dos estudantes surdos.

 

 

-Qual é a posição de cada chapa frente às reformas da Previdência e Trabalhista ??

 

- Qual a política que pretendem para garantir a realização de concursos públicos?

 

 Os  atuais modelos de reunião e participação da Categoria serão mantidos? Quais as propostas?

 

Acreditamos que nossos princípios e política defendidos até aqui também dão conta de responder estas questões. Todos os ataques dos governos de turno devem encontrar uma ampla resistência organizada e forjada na ação direta, bem como a defesa das nossas pautas para garantir ampliação de conquistas. Sobre a organização do sindicato, temos um estatuto (por mais estranho que isso soe à maioria dos filiados, já que a atual direção o esconde a sete chaves, pois não cumpre com o que já está estabelecido). Qualquer mudança estatutária passa por assembleia (amplamente construída e discutida com os trabalhadores, e não reuniões transformadas em assembleias em um passe de mágica). Somos favoráveis a mais ampla democracia sindical, com reuniões presenciais, assembleias ordinárias e amplamente convocadas, bem como a organização nos bairros através das subsedes.

 

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

              Queremos agradecer a todos que, nessa campanha, tentaram politizar a categoria além dessas eleições. Precisamos de uma categoria que tome o sindicato de volta, e o construa desde sua unidade escolar, na sua região, na sua diretoria, nas assembleias, nos congressos e nas nossas lutas. O sindicato não deve ser parte da burocracia que foi instalada nesse organismo, e nem de políticos profissionais que tentam tomá-lo com seus interesses, mas dos nossos profissionais da educação municipal e, mais do que isso, da classe trabalhadora. Por isso que humildemente e ombro a ombro com nossos iguais, fazemos o chamado: É hora de lutar!

 

Chapa 3 - Unidade Independente, Classista e Combativa