SINDSEP_ | PRIVATIZAÇÃO DOS CEMITÉRIOS
Empresas buscam despejar túmulos de famílias para revender, somem com ossadas, elevam valores e não fazem zeladoria
No início de novembro, o *secretário de Assuntos Jurídicos, Econômicos e Pesquisas do Sindsep*, João Batista Gomes e, sua esposa, Heloísa Gomes, estiveram no cemitério Quarta Parada para visitar os túmulos de parentes ali enterrados e se depararam com dezenas de jazigos com plaquinhas *procurar a administração*. O aviso provavelmente é por conta das famílias não estarem pagando a anuidade de R$ 700 pela "manutenção", mesmo que esses jazigos demonstrem que estão sendo visitados e sob manutenção das famílias. Os túmulos estão sob risco de despejo para revenda a outras pessoas.
Somente para constar, a empresa Consolare que administra o Quarta Parada é mesma empresa que é sócia da construtora Engeform Engenharia LTDA, vencedora do leilão de 17 escolas públicas estaduais de São Paulo, promovido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), padrinho político do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Empresas que seguem o mesmo padrão na exploração dos serviços públicos. Padrão de desleixo, cobranças abusivas e falta de empatia com o sofrimento dos mais pobres, como pode ser constatado em outros cemitérios da cidade, que estão sendo explorados pelos próximos 23 anos. O objetivo comum é: lucro.
Na terça (5/11), o _Bom Dia São Paulo_ mostrou um pouco disso, na reportagem de 14 minutos elencando problemas da falta de zeladoria em cemitérios como o Cachoeirinha (administrado pela Cortel), perda de ossadas nos cemitérios da Saudade (zona leste) e Campo Grande (zona sul), administrados pelo grupo Maya e nos cemitérios Vila Formosa I e II (Consolare).
No Campo Grande, uma entrevistada relata que os ossos de seu marido, falecido em 1992, não estão mais no local. No cemitério da Saudade, o problema se repete. Uma família, após pagar R$ 23 mil para a construção do jazigo que demorou o dobro do tempo prometido, para depositar as ossadas de familiares exumados, foi informada que os despojos foram extraviados.
No cemitério Cachoeirinha (administrado pela Cortel), além de muita sujeira nas áreas comuns, foi negado a uma municípe o enterro gratuito a sua filhinha recém-nascida, apesar da família estar no CadÚnico e morar próximo ao cemitério. Informaram que não havia este serviço e teria que se dirigir ao cemitério da Vila Formosa, 26 quilômetros distante. Ao chegar no cemitério da zona leste, administrado pela Consolare, a família só conseguiu efetuar o enterro depois de pagar uma taxa de R$ 900, com a "promessa" de reembolso.
Quem perde ossadas, vai reembolsar ou melhorar as condições desses cemitérios?
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