"Em 2026, Brasil estará ainda mais preparado para crescer e melhorar – na economia, na saúde, na educação, na segurança", diz Wellington Dias, do MDS. Com o trabalho integrado promovido pelo presidente Lula, será mais um ano de grandes vitórias, afirma o ministro
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) lamenta muito que, após o "golpe" desferido contra o governo de Dilma Rousseff, em 2026, o Brasil foi tomado por governos que pretenderam "apagar" grandes marcas alcançadas pelas gestões anteriores. Entre essas marcas, cita Dias, em entrevista à Voz do Brasil, o fato de o País ter sido, pela primeira vez, em 2014, excluído do Mapa da Fome elaborado pela ONU.
Quando deram o golpe contra a Dilma, assumiu um governo que queria apagar as coisas dos governos anteriores. Olha no que deu: a economia caiu, o desemprego aumentou, e junto a pobreza, a miséria e a fome. Com 33 milhões pessoas, voltamos ao Mapa da Fome (do qual tínhamos saído em 2014).
Entretanto, a partir do retorno do presidente Lula, em 2023, o Brasil já estava mais preparado para retomar não apenas as políticas de inclusão social e combate à pobreza, como também de aperfeiçoá-las. E promover redução das desigualdades por meio da criação de oportunidade de trabalho e de ampliação da renda das famílias. "Se lá atrás a gente comemorou um feito que levou 11 anos para alcançar. Agora, em apenas dois, com o comando do presidente Lula, tiramos mais de 30 milhões de pessoas do mapa da fome. Foi a maior contribuição para a redução da fome no mundo."
O ministro cita como exemplo a evolução do Bolsa Família, uma das conquistas que havia sido "apagada" e retomada ainda melhor. "Não é só transferência de renda. Porque garante nutrição adequada para os jovens. E estudando com educação, com qualidade, está matriculado, frequentando a aula, e olha só o resultado: 3 milhões de jovens superaram a pobreza. A maior parte se formou no nível técnico, nível superior", comemora.
Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Ao citar a proposta brasileira feita ao G20, há um ano, Wellington Dias observa que o mundo é capaz de produzir duas vezes o que a população do mundo precisa para se alimentar. Mas que para isso, os países precisam atuar de forma organizada. "Foi assim que o presidente Lula, na presidência do Brasil no G20, propôs, e foi aprovada, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, da qual hoje eu sou o copresidente, junto com a Espanha", lembra o ministro.
Somente dessa forma, Dias avalia, o mundo poderá o dar os saltos necessários para atingir dois dos 18 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS): a erradicação da pobreza extrema e da fome. Os objetivos foram estabelecidos em 2015 para ser alcançados em 2030. O tempo é curto.
Mas o ministro vê a chegado dos próximos anos com otimismo. "Agora (em 2025) nós vamos alcançar o menor nível de extrema pobreza e de pobreza de toda a história. E o menor índice de desigualdade. E aprovando um conjunto de medidas que em 2026 e 2027 vão fazer uma diferença ainda maior. Ou seja, não é só olhar o ano, é olhar o ano e já preparar o futuro", observa, destacando que os resultados alcançados pelo Brasil tem um peso importante para o mundo.
"E que venha 2026 e um Brasil ainda mais preparado para crescer a economia, para melhorar a saúde, educação, melhorar a segurança. O presidente foca, ele quer combater, por exemplo, violência contra a mulher, assalto, roubo, furto. Mas também chegar nos grandões. Com essa força, trabalho integrado, todo o Brasil, 2026 será um ano de grandes vitórias para o social."
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Ministro, este ano o Brasil foi oficialmente retirado do mapa da fome da Organização das Nações Unidas, uma conquista que o país já havia alcançado e agora conseguiu recuperar esse status. O que significa isso para os brasileiros?
É uma conquista ainda mais importante por dois motivos. O primeiro, porque o Brasil já tinha saído do mapa da fome e mostra que quando o país toma decisões erradas, piora.
Então, quando deram o golpe contra a presidenta Dilma (em 2016), assumiu um governo que queria apagar as coisas dos governos anteriores. Olha no que deu: a economia caiu, o desemprego aumentou, e junto a pobreza, a miséria e a fome. Com 33 milhões pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza, voltamos ao Mapa da Fome (do qual tínhamos saído em 2014).
Por quê? Porque fechamos aquele ano com 2,5% da população na chamada subnutrição ou desnutrição na fome, ou seja, a insuficiência alimentar. E fechamos em 1,7% o ano de 2024. É medido um triênio, a média do triênio é que conta.
Digo isso para realçar: lá atrás a gente comemorou um feito que levou 11 anos para a gente alcançar. Agora, em apenas dois anos, com o comando do presidente Lula, tiramos mais de 30 milhões de pessoas do mapa da fome, segundo os levantamentos da FAO. Foi a maior contribuição para a redução da fome no mundo."
Quais políticas públicas estão envolvidas nesse resultado, como é que se chegou a isso?
O Brasil não só tinha e tem uma expertise acumulada ao longo desses 22 anos, mas também o Brasil aperfeiçoou. Nós temos hoje um cadastro muito mais moderno do que tínhamos lá atrás, um cadastro que se integra com a rede de saúde, para dar um exemplo, pessoas desnutridas ou subnutridas lá no exame de saúde numa UBS.
Com essa integração, a gente fica sabendo, faz uma visita. O problema é de saúde ou é porque não tem renda, não tem comida? Se não tem renda, não tem comida, é a gente (Assistência Social) que trata. Se o problema é de saúde, é a Saúde que trata. E assim, a integração com a educação.
É um modelo chamado busca ativa, o próprio modelo do Bolsa Família, é um novo Bolsa Família, garante um volume de recursos capaz de comprar a alimentação, porque tem um valor em torno de R$ 230,00 por pessoa da família, é o que a gente paga.
E ainda é um modelo em que, entrou uma vez, só sai para cima. Portanto, eu não tenho mais problema com quem já está dentro. Aquela pessoa no passado entrava no Bolsa Família, lá na frente conseguia um emprego, por isso automaticamente perdia o benefício.
E agora, quando tem um emprego, quando tem um pequeno negócio, não sai do benefício, não sai do Bolsa Família por conta do emprego, por conta do negócio, só sai quando sai da pobreza.
Mas quando essa pessoa, no passado, perdia o emprego, voltava para uma fila, ficava na fome, não conseguia acessar o benefício. Agora é automático: perdeu o emprego, não volta para a extrema pobreza, não volta para a fome, volta para o Bolsa Família, e isso é fundamental."
Falando do Bolsa Família, um dos maiores programas de transferência de renda do mundo, e que atende atualmente mais de 18 milhões de lares, e um estudo destacou que em 10 anos, 70% dos adolescentes deixaram o Bolsa Família. O que é que isso representa para essa nova geração, a que o senhor atribui essa saída?
Olha, o Bolsa Família não é só transferência de renda. Está integrado com complemento alimentar, alimentação escolar, merenda agora com a escola tempo integral, almoço, lanche. Isso garante a nutrição adequada para os jovens. E estudando com educação, com qualidade, ali a gente acompanha nas condicionalidades a saúde e a educação. Está matriculado, está frequentando a aula, e olha só o resultado.
Três milhões de jovens, aproximadamente, que tinham entre 15 e 17 anos em 2014, e de lá para cá, desses jovens, de cada 10, 7 saíram. Então, 3 milhões de jovens superaram a pobreza. A maior parte se formou no nível técnico, nível superior.
Ministro, o Brasil também é o país que lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que está completando agora um ano. O senhor pode fazer um balanço para a gente dessa iniciativa?
O mundo é capaz de produzir duas vezes o que a população do mundo precisa para se alimentar. Para isso, a gente precisa atuar de forma organizada. Foi assim que o presidente Lula, na presidência do Brasil no G20, propôs, e foi aprovada, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, da qual hoje eu sou o copresidente, junto com a Espanha.
São mais de 200 membros e olha só, o mundo aprovou em 2015 os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030. E os objetivos número 1 e número 2 são, até 2030, alcançar a erradicação da pobreza, e zerar a fome. Ali naquela época havia 600 milhões de pessoas na fome e chegamos em 2022 a 750 milhões.
Quando o presidente Lula abre esse debate em 2023, muitos países já começaram a acompanhar o Plano Brasil Sem Fome, que o governo do Brasil implantou em 2023. Naquele ano, a gente já teve uma leve redução. A gente conseguiu baixar para 735 milhões.
Em 2024, a FAO também atestou, 62 milhões de pessoas saíram da fome no mundo, sendo 24,4 milhões aqui do Brasil. Então a contribuição do Brasil é muito importante. De que maneira? Com políticas eficientes para combater a fome e a pobreza.
Então, a transferência de renda é eficiente, programas como o Bolsa Família, alimentação escolar, programa de aquisição de alimento, cozinha solidária, o combate ao desperdício de alimento. Programas do Brasil e do mundo que cientificamente são atestados como eficientes fizeram o mundo mudar"
Eu acho que este ano de 2025, nós vamos reduzir de novo no Brasil e no mundo a fome. E digo mais: reduzindo a pobreza e a extrema pobreza, mesmo no mundo cheio de conflitos, de guerras, mudanças climáticas. Muitos desafios.
Quais são as metas e prioridades para a assistência social e combate à fome no Brasil
Uma notícia maravilhosa: nós vamos terminar, se Deus quiser, o ano de 2025 numa situação ainda melhor do que o que já conquistamos até 2024. A gente está comemorando tirar o Brasil do mapa da fome, mas ainda tinha 1,7% ainda na insegurança alimentar, segundo a FAO. A gente vai fechar abaixo de 1% este ano.
As pessoas, por exemplo, da extrema pobreza, a gente alcançou 4,4% que é o mais baixo da história. Antes, o nível mais baixo tinha sido 5,2%.
Agora nós vamos alcançar o menor nível de extrema pobreza e de pobreza de toda a história. E o menor índice de desigualdade. E aprovando um conjunto de medidas que em 2026 e 2027 vão fazer uma diferença ainda maior. Ou seja, não é só olhar o ano, é olhar o ano e já preparar o futuro.
Quando o presidente Lula há poucos dias sancionou a lei que coloca imposto de renda zero para quem ganha até R$ 5 mil, é menos desigualdade. Imagine pessoas no meio rural, urbano, profissionais, pequenos negócios que ganham R$ 60 mil por ano e agora, sem pagar imposto de renda, é mais dinheiro que sobra.
Mais ainda: o “cashback” da reforma tributária. Os mais pobres, o público do Bolsa Família, por exemplo, nas compras que fazem, pagam o ICMS e ali vão receber a devolução a partir de janeiro de 2027. Então, todas essas coisas colocam o Brasil, como disse o presidente Lula, no caminho certo, um caminho que o país não só é um dos mais desenvolvidos do mundo, mas é um país também com menos desigualdade.
E que venha 2026 e um Brasil ainda mais preparado para crescer a economia, para melhorar a saúde, educação, melhorar a segurança. O presidente foca, ele quer combater, por exemplo, violência contra a mulher, assalto, roubo, furto. Mas também chegar nos grandões. Com essa força, trabalho integrado, todo o Brasil, 2026 será um ano de grandes vitórias para o social.

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