24/03/2011

Família Roriz é acusada de ganhar ‘apês’ de propina

O ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, suas três filhas e um neto, maior de idade, tornaram-se réus em ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do DF.Eles são acusados de ganhar, a título de propina, em 2006, quando Roriz era governador, 12 apartamentos de alto padrão no condomínio residencial Monet, construído com dinheiro público.
O suposto presente, segundo as investigações, foi dado pela construtora WRJ Engenharia, como retribuição por um financiamento de R$ 6,7 milhões, obtido no banco estatal BRB, a mando de Roriz, para construção do condomínio. Um contrato de gaveta, apreendido em operação da Polícia Federal em 2010, comprovou que os imóveis foram repassados de forma camuflada ao clã Roriz.
Além de Roriz, são réus na ação suas filhas Jaqueline (deputada federal pelo PMN), Liliane (deputada distrital pelo PRTB) e Weslliane Neuls (empresária), e seu neto, Rodrigo Roriz. Os donos da construtora e diretores do BRB envolvidos na fraude também são réus.
Descoberta em 2009A descoberta da fraude ocorreu em 2009, já no governo de José Roberto Arruda, preso e afastado do cargo por envolvimento no “mensalão do DEM”. Como a construtora não pagou o empréstimo, o BRB, por ordem judicial, tomou os apartamentos para cobrir o prejuízo. Os moradores entraram com uma ação civil pública para não perder os imóveis. Descobriu-se então que os recibos do clã Roriz eram fajutos.
Por meio de assessoria de imprensa, Roriz e seus familiares citados na ação alegaram que a transação nunca se concretizou, “como está demonstrado nos autos”. Os advogados da família Roriz vão contestar a ação na Justiça.
Caso JaquelineO Conselho de Ética da Câmara abriu ontem processo disciplinar que pode levar à cassação da deputada Jaqueline, flagrada em gravação de 2006 recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, o delator do “mensalão do DEM”. Serão feitas três tentativas de notificá-la e o órgão tentará marcar horário para a citação. Caso isso não funcione, o conselho deverá notificá-la pelo Diário Oficial. Um dos advogados da deputada, José Eduardo Alckmin disse que a defesa vai investir na tese de que ela não pode ser julgada, em razão de o fato ser anterior ao mandato.

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