do jornal da estância
Tive a oportunidade de assistir esse filme no quase
extinto Cine Belas Artes em São Paulo no meio do carnaval ...
Filme este que foi indicado ao Oscar, após ser premiado no
festival de cinema de Paulínia, interior de São Paulo e também no
Festival de Berlim na Alemanha. Trata - se de um documentário que
relata a trajetória do artista plástico brasileiro Vik Muniz junto aos Catadores
de Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário da América
Latina que fica no Rio de Janeiro.
Claro, pra assistir um documentário tem que gostar do
assunto, afinal são duas horas de filme; Vik Muniz trabalha em
sua criação com materiais provenientes do lixo.
Logo não seria o Jardim Gramacho local mais apropriado ? Mas, lá
ele não apenas fez "sua" arte, como envolveu alguns catadores
neste processo, fazendo - os refletir sobre a importância deste
trabalho e a vida !! Envolveu - se também com o dia a dia daquelas
pessoas tão mal vistas por tirarem o seu sustento do lixão.
Os catadores, na conclusão da obra de Vik Muniz, viam - se
em fotos imensas permeadas pelos materiais recicláveis e num momento
quase mágico viam o lixo virar obra de arte ! É muito emocionante a
cena em que cada um vê o próprio rosto ... é como se renascessem
naquele instante. Se vissem como pessoas dignas em meio ao imenso lixão
!!
Bem, filme não dá pra ser contado. Tem que assistir.
No pós filme, começo a fazer minhas conexões... Em janeiro deste
ano estivemos em Paraty, numa casa alugada e como sempre
separávamos nossos lixos pra reciclar e qual não foi minha
surpresa ao perguntar para as pessoas e não descobrir um só local onde
entregar este lixo ? e mais, um LIXÃO na Rio - ~Santos um
pouco antes da entrada da cidade famosa de turismo internacional !!!
Falando da Coopersol
Ainda tomada pela curiosidade que o filme me despertou, fui até
a cooperativa dos catadores de São Roque ... aliás vou toda semana
entregar os recicláveis de nossa casa por que o caminhão não passa
por aqui e já entrei em contato duas vezes com a chefia de serviço
operacional de nossa prefeitura e não obtive nenhum retorno...
Mas, voltando a cooperativa (COOPERSOL): conversei
informalmente com algumas pessoas e até falei do filme que havia
assistido; e "sem querer" acabei sabendo que as condições de
trabalho daquelas pessoas não são nada boas: falta - lhes um galpão
decente onde possam trabalhar, não têm água disponível para consumo,
pasmem buscam em um vizinho ! eles próprios fizeram uma fossa ...
aquele terreno está a venda e a prefeitura paga quinhentos reais de
aluguel pelo mesmo !
Coincidência ou não, vejo uma matéria no Jornal da Economia
(18/03) intitulada Reciclagem do lixo como oportunidade de negócios.
Segundo esta fonte, com 50 mil é possível iniciar um negócio no mercado
de PET reciclável e com 140 mil reais monta - se uma recicladora
de plásticos diversos. Ainda neste final de semana, no Jornal O
Democrata, uma nota da prefeitura falando de Inclusão Social por meio
da Reciclagem, sendo este o último parágrafo: " ... o governo
municipal está estruturando uma importante área no bairro do Marmeleiro
para implantação definitiva da cooperativa, com instalações de
qualidade ..."
Isso faz - me pensar que a falta de qualidade da atual
instalação da cooperativa é admitida pela prefeitura;
Que bom que vem mudança por aí, afinal os catadores da Coopersol
merecem dignidade no tão fundamental trabalho que exercem !
Uns cestos apropriados para reciclagem também seriam benvindos
nas ruas de São Roque.
Fica a sugestão assistam: Lixo Extraordinário, já
nas locadoras e para as crianças o filme Wally mostra o
planeta Terra tomado pelo lixo num futuro não tão distante...
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