01/04/2011

LIXO EXTRAORDINÁRIO




do jornal da estância

Tive a oportunidade de assistir esse filme no quase extinto Cine Belas Artes em São Paulo no meio do carnaval ...
Filme este que foi indicado ao Oscar, após ser premiado no festival de cinema de Paulínia, interior de São Paulo e também no Festival de Berlim na Alemanha. Trata - se de um documentário que relata a trajetória do artista plástico brasileiro Vik Muniz junto aos Catadores de Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário da América Latina que fica no Rio de Janeiro.
Claro, pra assistir um documentário tem que  gostar do assunto, afinal são duas horas de filme; Vik Muniz trabalha em sua criação com materiais provenientes do lixo.
Logo não seria o Jardim Gramacho local mais apropriado ? Mas, lá ele não apenas fez "sua" arte, como envolveu alguns catadores neste processo, fazendo - os refletir sobre a importância deste trabalho e a vida !! Envolveu - se também com o dia a dia daquelas pessoas tão mal vistas por tirarem o seu sustento do lixão.
Os catadores, na conclusão da obra de Vik Muniz, viam - se em fotos imensas permeadas pelos materiais recicláveis e num momento quase mágico viam o lixo virar obra de arte ! É muito emocionante a cena em que cada um vê o próprio rosto ... é como se renascessem naquele instante. Se vissem como pessoas dignas em meio ao imenso lixão !!
Bem, filme não dá pra ser contado. Tem que assistir.
No pós filme, começo a fazer minhas conexões... Em janeiro deste ano estivemos em Paraty,  numa casa alugada e como sempre separávamos nossos lixos pra reciclar e qual não foi  minha surpresa ao perguntar para as pessoas e não descobrir um só local onde entregar este lixo ? e mais, um LIXÃO na Rio - ~Santos um pouco antes da entrada da cidade famosa de turismo internacional !!!

Falando da Coopersol
Ainda tomada pela curiosidade que o filme me despertou, fui até a cooperativa dos catadores de São Roque ... aliás vou toda semana entregar os recicláveis de nossa casa por que o caminhão não passa por aqui e já entrei em contato duas vezes com a chefia de serviço operacional de nossa prefeitura e não obtive nenhum retorno...
Mas, voltando a cooperativa (COOPERSOL):  conversei informalmente com algumas pessoas  e até falei do filme que havia assistido; e "sem querer" acabei sabendo que as condições de trabalho daquelas pessoas não são nada boas: falta - lhes um galpão decente onde possam trabalhar, não têm água disponível para consumo, pasmem buscam em um vizinho ! eles próprios fizeram uma fossa ... aquele terreno está a venda e a prefeitura paga quinhentos reais de aluguel  pelo mesmo !
Coincidência ou não, vejo uma matéria no Jornal da Economia (18/03) intitulada Reciclagem do lixo como oportunidade de negócios. Segundo esta fonte, com 50 mil é possível iniciar um negócio no mercado de PET reciclável e com 140 mil reais  monta - se uma recicladora de plásticos diversos.  Ainda neste final de semana, no Jornal O Democrata, uma nota da prefeitura falando de Inclusão Social por meio da Reciclagem, sendo este o último parágrafo: " ... o governo municipal está estruturando uma importante área no bairro do Marmeleiro para implantação definitiva da cooperativa, com instalações de qualidade ..."
Isso faz - me pensar que a falta de qualidade da atual instalação da cooperativa é admitida pela prefeitura;
Que bom que vem mudança por aí, afinal os catadores da Coopersol merecem dignidade no tão fundamental trabalho que exercem !
Uns cestos apropriados para reciclagem também seriam benvindos nas ruas de São Roque.
Fica a sugestão assistam: Lixo Extraordinário, já nas locadoras e para as crianças o filme Wally mostra o planeta Terra tomado pelo lixo num futuro não tão distante...

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