Prefeitura pediu para usar o local provisoriamente
Notícia
publicada na edição de 24/04/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6
do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado
diariamente após as 12h.
Uma
sala originalmente construída para receber alunos e professores está
sendo usada há 14 anos como Velório Municipal em Mairinque, no prédio
onde funciona a Escola Estadual Estação Dona Catarina. Na época, a
administração municipal pediu para usar o local provisoriamente até a
construção de um prédio apropriado. Porém, mesmo depois de requerimentos
enviados por vereadores e de uma emenda parlamentar destinando recurso
de R$ 250 mil para a obra no orçamento de 2010, o projeto não saiu do
papel. A Prefeitura afirma que a licitação para a construção deve ser
publicada no diário oficial no final deste semestre e a previsão é que a
obra seja concluída até o final de 2011. O bairro Dona Catarina fica
distante da região central de Mairinque, onde há o Velório Municipal com
prédio próprio.
O velório improvisado fica no andar térreo da escola, nos fundos, e há cadeiras e todo o aparato para receber os caixões, inclusive com uma imagem de Jesus Cristo. Uma abertura que dava acesso ao interior da escola, por uma escada, foi fechada, mas as marcas ainda podem ser vistas na parede. No andar de cima e nas demais salas do prédio, os cerca de 300 alunos têm aulas normalmente. Um estudante que saía do prédio após o término das aulas disse que não se importa com o velório, pois já se acostumou. "O ruim é que durante o velório geralmente está tendo aula. As turmas fazem barulho e acabam incomodando os amigos e parentes que estão sofrendo com a perda de um ente querido", relata.
O vereador José Teixeira de Macedo (PSL) explicou que para atender à demanda daquela região da cidade existe o Cemitério Dona Catarina, que fica ao lado da escola. Teixeira conta que antigamente os velórios do bairro eram realizados na igreja que também fica ao lado do colégio, mas depois de reclamações dos fiéis, em 1997 a administração municipal pediu uma sala da EE Estação Dona Catarina para instalar provisoriamente um velório. "Era para ser por dois ou três meses, até a construção de um local apropriado, mas a situação se estendeu por mais de dez anos."
Recursos para as obras
Em 2009, o vereador foi quem propôs emenda para destinar os R$ 250 mil para a aquisição de terreno e construção do velório no bairro Dona Catarina. A medida foi aprovada pela Câmara e constava na previsão orçamentária de 2010 de Mairinque. Como as obras não começaram, a vereadora Ildéia Maria de Souza (PT) protocolou requerimento em 29 de março do ano passado, cobrando explicações.
"Em visita à mencionada escola, verificamos que todas as salas de aula estão ocupadas, que a sala dos professores é muito pequena e que a biblioteca tem cerca de 10 metros quadrados, espaço inadequado para o atendimento aos 300 alunos", dizia o texto, que de acordo com Ildéia permanece traduzindo a realidade do local. A vereadora destaca que os equipamentos de informática também estão em local "pequeno", e que a liberação da ampla sala - que ocupa o equivalente a duas classes - deveria ser usada em benefício dos alunos, já que todo o prédio pertence à escola.
Projeto de construção
Em resposta ao requerimento, encaminhada em 19 de abril de 2010, a Prefeitura afirmava que existia "um projeto elaborado na última gestão para construção de Velório Municipal em Dona Catarina, porém o mesmo está sob revisão para possíveis adequações". Ildéia informa que o poder público chegou a encaminhar croqui do projeto para construção do velório. "Quanto questionamos, eles dizem que vão resolver; prometem, mas até agora não cumpriram."
Segundo o vereador Teixeira, a verba que teria que ser destinada à construção foi remanejada para outros gastos a pedido do Poder Executivo. "O prefeito (Dennys Veneri - PTB) encaminhou no ano passado várias emendas, todas juntas, para que os recursos fossem redirecionados." Devido à intensificação das reclamações de moradores, Ildéia diz que nos próximos dias um grupo deve se reunir para questionar mais uma vez a Prefeitura. Já o vereador Teixeira diz que até junho uma nova emenda ao orçamento deve ser votada pela Câmara.
O diretor da EE Estação Dona Catarina afirmou não estar autorizado a dar entrevista sobre o assunto. Já a Diretoria de Ensino da Região de São Roque alegou não ser responsável por declarações sobre a situação e que os questionamentos deveriam ser feitos ao governo do Estado. Até o fechamento desta edição, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não se pronunciou.
Agilidade?
O Departamento de Obras e Planejamento da Prefeitura informou, via assessoria de imprensa, que "já existe o projeto de construção com o croqui pronto, que está na fase final de estudos." De acordo com o texto, a Prefeitura já tem uma área para abrigar o velório, num terreno de propriedade pública municipal, ao lado do Ginásio Municipal de Dona Catarina. "A situação é desde 1997 e a Prefeitura está intensificando o trabalho pra agilizar o projeto." (Por Miriam Bonora - miriam.bonora@jcruzeiro.com.br)
O velório improvisado fica no andar térreo da escola, nos fundos, e há cadeiras e todo o aparato para receber os caixões, inclusive com uma imagem de Jesus Cristo. Uma abertura que dava acesso ao interior da escola, por uma escada, foi fechada, mas as marcas ainda podem ser vistas na parede. No andar de cima e nas demais salas do prédio, os cerca de 300 alunos têm aulas normalmente. Um estudante que saía do prédio após o término das aulas disse que não se importa com o velório, pois já se acostumou. "O ruim é que durante o velório geralmente está tendo aula. As turmas fazem barulho e acabam incomodando os amigos e parentes que estão sofrendo com a perda de um ente querido", relata.
O vereador José Teixeira de Macedo (PSL) explicou que para atender à demanda daquela região da cidade existe o Cemitério Dona Catarina, que fica ao lado da escola. Teixeira conta que antigamente os velórios do bairro eram realizados na igreja que também fica ao lado do colégio, mas depois de reclamações dos fiéis, em 1997 a administração municipal pediu uma sala da EE Estação Dona Catarina para instalar provisoriamente um velório. "Era para ser por dois ou três meses, até a construção de um local apropriado, mas a situação se estendeu por mais de dez anos."
Recursos para as obras
Em 2009, o vereador foi quem propôs emenda para destinar os R$ 250 mil para a aquisição de terreno e construção do velório no bairro Dona Catarina. A medida foi aprovada pela Câmara e constava na previsão orçamentária de 2010 de Mairinque. Como as obras não começaram, a vereadora Ildéia Maria de Souza (PT) protocolou requerimento em 29 de março do ano passado, cobrando explicações.
"Em visita à mencionada escola, verificamos que todas as salas de aula estão ocupadas, que a sala dos professores é muito pequena e que a biblioteca tem cerca de 10 metros quadrados, espaço inadequado para o atendimento aos 300 alunos", dizia o texto, que de acordo com Ildéia permanece traduzindo a realidade do local. A vereadora destaca que os equipamentos de informática também estão em local "pequeno", e que a liberação da ampla sala - que ocupa o equivalente a duas classes - deveria ser usada em benefício dos alunos, já que todo o prédio pertence à escola.
Projeto de construção
Em resposta ao requerimento, encaminhada em 19 de abril de 2010, a Prefeitura afirmava que existia "um projeto elaborado na última gestão para construção de Velório Municipal em Dona Catarina, porém o mesmo está sob revisão para possíveis adequações". Ildéia informa que o poder público chegou a encaminhar croqui do projeto para construção do velório. "Quanto questionamos, eles dizem que vão resolver; prometem, mas até agora não cumpriram."
Segundo o vereador Teixeira, a verba que teria que ser destinada à construção foi remanejada para outros gastos a pedido do Poder Executivo. "O prefeito (Dennys Veneri - PTB) encaminhou no ano passado várias emendas, todas juntas, para que os recursos fossem redirecionados." Devido à intensificação das reclamações de moradores, Ildéia diz que nos próximos dias um grupo deve se reunir para questionar mais uma vez a Prefeitura. Já o vereador Teixeira diz que até junho uma nova emenda ao orçamento deve ser votada pela Câmara.
O diretor da EE Estação Dona Catarina afirmou não estar autorizado a dar entrevista sobre o assunto. Já a Diretoria de Ensino da Região de São Roque alegou não ser responsável por declarações sobre a situação e que os questionamentos deveriam ser feitos ao governo do Estado. Até o fechamento desta edição, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não se pronunciou.
Agilidade?
O Departamento de Obras e Planejamento da Prefeitura informou, via assessoria de imprensa, que "já existe o projeto de construção com o croqui pronto, que está na fase final de estudos." De acordo com o texto, a Prefeitura já tem uma área para abrigar o velório, num terreno de propriedade pública municipal, ao lado do Ginásio Municipal de Dona Catarina. "A situação é desde 1997 e a Prefeitura está intensificando o trabalho pra agilizar o projeto." (Por Miriam Bonora - miriam.bonora@jcruzeiro.com.br)
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