Folha de S.Paulo
Enquanto uma fila de crianças aguarda para fazer radiografia numa
máquina antiga e que quebra com frequência, um aparelho novo espera para
ser usado há nove meses no pronto-socorro 21 de Junho, na Freguesia do Ó
(zona norte de SP).
O equipamento, comprado em agosto do ano passado para substituir o que existe na unidade, nunca foi usado. Para sua instalação, a prefeitura pagou R$ 27.822.
A reportagem esteve no local na semana passada e verificou que o aparelho de raios X estava na caixa, em um corredor do hospital. A prefeitura diz que precisa fazer adequação na sala de radiografia (leia texto ao lado).
O pronto-socorro é municipal, mas quem o administra desde o início de 2009 é a OS (Organização Social) Santa Casa de Misericórdia, por meio de um contrato de gestão firmado com a prefeitura.
Pelo trabalho, que inclui a administração de mais dois prontos-socorros, a entidade recebeu, em 2009, R$ 29 milhões. No final de 2009, a prefeitura repassou para a Santa Casa mais R$ 1 milhão.
Uma das justificativas para o aumento da verba foi, justamente, que deveria haver um aumento no número de radiografias realizadas.
Por mês, o PS 21 de Junho deveria fazer 3.241 radiografias --o que custaria mais de R$ 30 mil por mês. Mas, em 2010 só foram feitas, em média, 2.389 por mês.
O coordenador do movimento SOS Saúde (organização da Brasilândia que fiscaliza o hospital), Lúcio Neves, afirma, ainda, que "são muitas as vezes que esse aparelho fica quebrado por três, quatro dias".
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