01/10/2011

Suspeito de atuar em cartel do transporte é preso em Itu



Acusação é de que empresas combinavam preços entre si e fraudavam licitações
Notícia publicada na edição de 01/10/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 8 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br

O empresário do ramo de transportes, Ariovaldo Marta Maiçara, foi preso ontem às 6h na própria residência, no Condomínio Terras de São José, em Itu. Segundo o Ministério Público ele é sócio da Capelini Turismo e uma das sete pessoas, entre elas quatro empresários, detidos na operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os sete são investigados por envolvimento em supostas fraudes de licitações. Os demais foram capturados em Campinas: Belarmino Marta Junior, dono de um grupo que tem participação em empresas como Capelini, Rápido Luxo Campinas e Belarmino; Miguel Moreira Junior, sócio da empresa Transmimo; José Brigeiro Junior, dono da Exclusiva; Rosa Maria Julio Landin, assessora da diretoria do Sindicato das Empresas de Fretamento de Campinas; Cassia Eliana Turini, funcionária da Transmimo e Marcelo Pereira da Fonseca, funcionário da Exclusiva. Fernando Antonio Rossi, funcionário da Capelini, está foragido.

A suspeita é que os empresários formariam cartel para vencer concorrências e assumir os serviços de fretamento de ônibus em empresas públicas de Campinas e região. Todos os acusados tiveram prisão preventiva decretada pela 1ª Vara Criminal de Campinas, que expediu os oito mandados de prisão e mandados de busca e apreensão, cumpridos nas sedes das empresas, em residências e na sede do Sindicato das Empresas de Fretamento de Campinas. 

A atuação da quadrilha vinha sendo investigada há dois anos pelo Gaeco, a partir de informações colhidas junto a um empresário do setor que se recusou a participar do esquema e sofreu ameaças por isso. De acordo com as investigações, as empresas combinavam preços entre si e fraudavam licitações, acertando entre elas as propostas e quais empresas venceriam os certames. O esquema seria centralizado no Sindicato das Empresas de Fretamento de Campinas. Os suspeitos foram indiciados por formação de quadrilha, crime contra a ordem econômica, formação de cartel, e fraude à licitação.

Com os integrantes do grupo foram apreendidos computadores, documentos, R$ 386,4 mil em dinheiro, 31,2 mil dólares e 6 mil euros, dinheiro localizado em residências e empresas. Também foram apreendidos computadores e documentos. Um dos promotores que atua no Gaeco em Sorocaba, Wellington dos Santos Veloso, disse que em Itu, na residência do empresário Ariovaldo Marta, foram apreendidos 14 mil dólares, 3,5 mil euros, R$ 3 mil e documentos. A prisão em Itu também foi feita pelos promotores Maria Aparecida Rodrigues Mendes Castanho, Claudio Bonadia de Souza e Luiz Fernando Guinsberg Pinto, com apoio dos policiais do Grupo Antissequestro (GAS) de Sorocaba. Toda a operação teve a participação de 12 promotores do Gaeco e promotores criminais de Campinas e Piracicaba, além de 60 policiais civis.

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