09/12/2011

Greve na Transpolix paralisa coleta de lixo hospitalar na cidade


 Jornal Cruzeiro do Sul
Carlos Araújo
carlos.araujo@jcruzeiro.com.br

Todos os trabalhadores da empresa Transpolix (cerca de 40) estão em greve desde anteontem por tempo indeterminado, segundo informação do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região. A empresa é responsável pela coleta de lixo hospitalar na cidade. Os motivos da greve, acrescenta o Sindicato, são falta de pagamento de salário de novembro, que os funcionários deveriam receber no início de dezembro. Também não foi paga a primeira parcela do 13º salário e a mesma situação vale para o tíquete-refeição, cesta básica e plano de saúde. A empresa tem contrato firmado com a Prefeitura de Sorocaba para coletar e transportar o lixo hospitalar da cidade, resíduos industriais e o lodo gerado pelas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs).

Em assembleia realizada ontem, os trabalhadores rejeitaram a proposta patronal de quitar os atrasados até a próxima quarta-feira, 14 de dezembro, e decidiram manter a greve até a empresa regularizar toda a situação. Após a assembleia, a empresa não voltou a entrar em contato com o sindicato.
"A Transpolix tem um histórico de irregularidades", disse José Teles, diretor do Sindicato dos Rodoviários, por meio da assessoria de imprensa da entidade. "No ano passado os trabalhadores cruzaram os braços quatro vezes. Neste ano já ocorreram duas greves, uma em março e outra em julho. 

Esta é a terceira greve do ano. Todas por descumprimento do Acordo Coletivo e de direitos trabalhistas. Por tudo isso, os trabalhadores decidiram manter a paralisação até a empresa pagar tudo o que está em atraso". Além desses problemas, o sindicato constatou que existem sete trabalhadores com férias vencidas e que a empresa não fornece os equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados para o exercício da atividade.

O Cruzeiro do Sul tentou falar com representante da Transpolix, mas sem êxito. Às 17h, na unidade da empresa no bairro do Éden, em Sorocaba, a informação era de que não estava presente nenhum responsável que pudesse falar com a imprensa. Na sede da empresa, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, a informação era a mesma.
 
Prefeitura 
Para o sindicato, a Prefeitura é conivente com as irregularidades cometidas pela Transpolix. "O Poder Público está ciente dos problemas que ocorrem na Transpolix, tem mecanismos e obrigação de resolvê-los e, até o momento, nada fez para regularizar a situação", afirma José Teles. Em nota, a Prefeitura, por meio de sua Secretaria de Comunicação (Secom), se posicionou: "A Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana (Seobe) informa que acompanha a questão e está solicitando providências à empresa. Até o momento, a secretaria não registrou reclamações referentes a falhas no atendimento. A Seobe lembra que, por tratar-se de um serviço essencial, a empresa é obrigada a manter um efetivo mínimo de trabalhadores atuando mesmo em situações de paralisação, estando sujeita às sanções previstas em contrato."

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