Governador não foi a congresso do partido do vice;
sigla decidiu adiar convenção nacional até PSDB definir candidatura
presidencial
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Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo
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Setembro 2017 | 23h04
O vice-governador de
São Paulo, Márcio França, foi “lançado” neste sábado, 16, candidato a
governador nas eleições de 2018 durante um congresso do PSB, com a presença do
prefeito João Doria e ausência do governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Já
a convenção nacional do PSB foi adiada de outubro para março. Segundo França, o
partido decidiu esperar a definição do PSDB sobre seu candidato a presidente
antes de eleger sua nova direção.
O prefeito João Doria (PSDB) discursa ao lado do
vice-governador Márcio França durante congresso do PSB Foto: PEDRO
VENCESLAU/ESTADÃO
O vice-governador
paulista, que deve assumir o Palácio dos Bandeirantes em abril do ano que vem
se Alckmin deixar o cargo para disputar a Presidência da República, tenta
atrair o apoio dos tucanos para disputar a reeleição.
No plano nacional, o
PSB está afinado com o projeto de Alckmin e sinaliza que acolheria a
candidatura presidencial do aliado caso ela não se viabilize no PSDB. O
problema é que os tucanos paulistas não aceitam abrir mão de ter um nome
próprio na disputa ao Palácio dos Bandeirantes após 22 anos à frente do
governo.
Doria foi o único
tucano que discursou no auditório da Assembleia Legislativa onde ocorreu o 11.º
Congresso Estadual do PSB-SP, no qual França foi reeleito presidente do partido
no Estado.
Antes de sua fala,
Doria foi recebido por palavras de ordens como “São Paulo avança, governador é
Márcio França”. Ao discursar, o prefeito exaltou o papel de França e do PSB na
sua campanha à Prefeitura no ano passado. “Márcio França é uma liderança
extraordinária. Estamos juntos e continuaremos juntos”, disse.
Ao Estado,
Doria afirmou que dificilmente PSDB e PSB estarão no mesmo palanque em São
Paulo em 2018. “França tem todo o direito de ser candidato. Ele é de um partido
aliado, mas será muito difícil o PSDB não lançar candidato próprio em São
Paulo.”
Dois palanques. Para o ex-senador José Aníbal (PSDB), presidente do
Instituto Teotônio Vilela, a base de Alckmin deve ter duas candidaturas no
primeiro turno. “O PSDB foi criado em 1988 e desde 1990 tem candidato a
governador. Com exceção de 1990, todas as outras ganhamos. O PSDB não tem do
que se envergonhar em São Paulo. A tendência é ter dois candidatos”, disse
Aníbal.
França reconheceu que dificilmente terá o apoio dos
tucanos. “Vou tentar (uma
aliança) até o fim, mas não quero criar
expectativas porque o PSDB tem muitos nomes. O mais provável é que a
candidatura de Alckmin à Presidência tenha dois palanques em São Paulo em
2018”, afirmou o vice-governador.
Questionado sobre a
ausência do governador no 11.º Congresso do PSB, França disse que ele mesmo
representa Alckmin. O tucano ontem cumpriu agenda em São Carlos, no interior de
paulista.
“Não convidamos outros partidos. Doria estava aqui
(na Assembleia) para participar de um congresso da juventude do
PSDB. Como ele tem muito senso de oportunidade, aproveitou e passou no nosso
congresso”, afirmou França.
A avaliação do
vice-governador é de que a eleição presidencial de 2018 terá três polos: um
candidato competitivo no campo da esquerda, um nome governista do PMDB ou
apoiado pelo partido e um candidato tucano.
Reeleição. Para impedir uma eventual aproximação dos tucanos
com França para a disputa estadual de 2018, um grupo de prefeitos do PSDB
liderado por Orlando Morando, de São Bernardo, decidiu lançar a candidatura do
deputado estadual Pedro Tobias, presidente do PSDB-SP, à reeleição na
sigla.
Esse grupo teme que a
nova direção da sigla, que será escolhida em novembro, aceite a tese de apoiar
o PSB em troca de apoio à candidatura presidencial de Alckmin.
O PSDB já tem pelo
menos dois nomes abertamente disputando a vaga de candidato ao governo
paulista: o cientista político Luiz Felipe d’Avila e o secretário de
Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro.
Mas outros nomes também são apontados pelos dirigentes
tucanos como opções. São eles o secretário de Saúde, David Uip, o prefeito de
São Bernardo, Orlando Morando, e o senador José Serra.
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